Se

Se não fossemos escravos da paixão,

Se o amor fosse a razão,

Que pautasse nossas vidas,

Não nós não veríamos

Corações prostituídos

Numa lógica ilógica

Aonde tudo é mercável.

E as colas de sapato

Só colariam os calçados

As armas cuspiriam fogo

Fogo de versos e poesias

Quem sabe um dia

Sorrirei como criança

Talvez ainda sou criança

Por cultivar minhas utopias

Eu sei

Que os vermes comerão meu corpo

Só que não vão matar meus sonhos

Desculpe por sonhar!

Se isso te faz mal

Ver o mundo como está

Ver as pessoas como são

Pensar no que devia ser

Eu sei

Vida não passa devagar

Então começo a divagar

Que exemplo deixarei

Pros netos dos meus netos

Futuro está em nossas mãos

Sei que a paz não me pertence

Desejo ficará

Vivo na memória

Na memória de quem vive

Pois transcende minha existência

Querer o que eu não vou ver.

Desculpe por sonhar!