MARGARIDAS PODRES.

Amanhece.

É primavera,

Perco a hora,

O metrô me espera.

Passo a vida

E germinando nela,

O anseio insalubre

De um gorduroso “hamburger”,

O passar esperto

Pelo escuro túnel.

Entardece,

É outubro,

Perco vida

Nos grafites dos muros,

E na televisão (porca visão),

E o mundo passando

Entre túneis horrendos,

Que passam estremecendo,

E esmagando as flores,

Dentre as mais belas,

As margaridas podres.

(D’Eu)

Sidnei Levy
Enviado por Sidnei Levy em 21/04/2005
Código do texto: T12386