Ganges.
Faço questão de ouvir tudo que quiseres me dizer
Pra quando você simplesmente não fizer questão de falar
Eu ter algo guardado pra lembrar
Lembrar que o que tenho a fazer é...
Relevar, esquecer
E enquanto eu mascaro tudo que queria mostrar
Vou lhe pedir que me mostre tudo aquilo
Que por motivos alheios a nós ficou no escuro
Oculto, trancado
Sem ar, sem ar.
Como um yoguin, lavaria meus órgãos no Ganges
Poliria meus olhos até não restar nenhuma névoa
Voltaria leve, limpo e com paz de espírito
Andaria sem cansaço quilômetros, léguas
Chegaria inspirando luz e expirando trevas.
E talvez já não me reconhecessem aqui
Em minha nova pele sem rachaduras
Sem cicatrizes ou queimaduras e em
Meus novos versos sem rasuras
Explicaria o inverso dessas estruturas.
Não para confundir
Não para desinformar
Eu o faria para dizer que é preciso morrer
Que é extremamente necessário se libertar
Que é hora de renascer, querida
Reinventar.