MAR, NAVEGAÇÃO, NAUFRÁGIO E ESPECTADOR
(PENSANDO COM HANS BLUMENBERG)



A Metáfora do Mar,
como algo...
indeterminado!...
O imenso...
O desconhecido!...
que é pelo homem ansiado
no desejo de conseguir
o Saber Total atingir!
mas o poder lhe é negado.

Esse mundo desconhecido
não pode ser explorado
pelo homem cuja linguagem
tem poderes limitados
não deixando que o alcance!
E tirando-lhe a chance
de um conhecer tão sonhado.

E como enfrentar o poder
desse mar desconhecido
sem ultrapassar os limites
que foram estabelecidos,
se o parco conhecer
do homem
não o deixa ver
com a clareza devida?

O que se faz necessário, 
então,
para navegar
no barco da vida que
está quase a naufragar?
Pois o timoneiro, relapso,
largou o barco à deriva...
ao sabor das ondas do mar?!

E o Mar...
revolto... zangado...
esse Universo sem par!
domina o barco da vida,
essa vida irregular
de paixões indefinidas,
que não consegue esquivar-se
das ondas de emoções
que faz o barco da vida,
frágil que é,
naufragar.

Porém...
o bom timoneiro
não esquece o seu dever!
Enfrenta a fúria marinha
e ao Poseidon, faz ver
que O poderá enfrentar
sem mesmo vir a tremer:
como um observador
do que está a ocorrer.
Pois sabe que é parte do todo
e que jamais irá morrer.

Mas...
é preciso lutar
lutar pra se defender
da saga do deus marinho
que aos náufragos faz morrer
se não sabem desprezar
o excesso de bagagem
que os faz,
portanto,
afundar.

E procura fazê-los ver
que o que importa não é
a bagagem - a roupagem
que ao homem vem aquecer,
mas o que está dentro dela!

Ou seja: o seu próprio SER.





Rosa Ramos Regis - Natal/RN - 2000