Escolhi viver

Fui levado ao vale dos desesperados.

Com meu desespero, desesperei-me.

Cantei canções de guerras em grandes corais.

Murmurei ao meu coração um canto de paz.

Estendi enormes outdoors questionando às pessoas o que é a felicidade.

Em pequenos bilhetes expressei saudade.

Sem pés ou mãos amarradas, mas algo me impedia de caminhar.

Tive que enfrentar os espelhos para aliviar minha dor.

Não fiz de minhas feridas um refúgio à solidão.

Nem tomei meus problemas como maiores do mundo.

Cheguei ao ponto de entender que decidir é como respirar.

Que a falta de opções nos sufoca e que sucessivas e impensadas decisões nos desintegra.

A mais sabia de minhas decisões foi acreditar que Deus sempre existiu tão presente quanto ao meu desespero.

Nunca acreditei em super-heróis.

Recrie-me!!!

E vivo, hoje, atravessando o vale.