Tempos interiores

Teorizam: depois da tempestade

sempre vem a calmaria.

Todavia, inda é tempestade

nos segundos de meus imensos dias.

Contidos de tênue estado que não cabe

nestas noites fugidias.

O sono chega na madrugada pela metade,

irrequieta-me e me esvazia;

em vez de me levar à proximidade

da pessoa que me extasia.

Por que não me iluminar de felicidade,

num sonho bom, feito magia?

Como nos contos de fada,

faça temporal, chuva ou sol de alegria

no pó desta estrada.

Por que entre a neblina espessa e fria,

há vigília da noite enluarada;

e esta força suprema, além da telepatia,

não te traz a mim, de corpo e alma?

Na conformidade giram os astros

enquanto os meteoros dispersos

trocam de lugar neste universo grande.

Na desigualdade dos homens iguais e ásperos,

o coração lê o sentimento ao avesso

enquanto o verso rompe a liga do gesso e se expande.

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 07/06/2006
Código do texto: T171066