Silêncio no Deserto

Reconheci no deserto do meu ser

A serenidade do recolhimento a me guiar

Nessa viagem solitária me deparei

Com os pensamentos que caminham em par

Me recolho aqui - por saber-me ouvir

Esse silêncio absoluto me é viseral!

Manifesto meu ser mesmo estando mudo

Nesse som profundo da palavra escrita - sem igual

Neste silêncioso recôndito de almas guias

Me confronto no conforto do eco no deserto

Meu caminho é de luz meu cruzeiro me conduz

Ente estelares não me guiarão em vão

Recebo suprimento dessa vastidão na aceitação

Minha guarnição é ter meu ser em prontidão

Caminho numa direção tenho um norte a desvendar

Meus pés pisam em areias soltas...respiro ar

Terras que emanam luz de temperadas quentes estão

Nas paredes do meu coração prateleiras dessa estação

Mantenho frascos vazios-antes cheios de sofreguidão

E hoje frascos meio-cheio de humana-razão - aguardo o sol

O silêncio do deserto faz-me aquietar o coração

Permito-me lúcida - descalça - pés que chegam nus

Silênciosamente atravesso esse deserto - compassiva

Como guardiã da serêna-idade - meu silêncio atrevido

Silêncio no deserto - a solidão...é permitida !

(direitos autorais preservados)

lei-9.610/1998-art.184

Vera Martins Itajaí
Enviado por Vera Martins Itajaí em 31/07/2006
Reeditado em 21/08/2006
Código do texto: T205683