Confissões

E eu que sempre fui cristã de tantos

Se o feixe de luz por mim passa e falha...

Então por que choro tanto?

Acreditei nas piadas...

Colori as rosas...

Cri na humanidade...

Nos espíritos

e colori com rosa o amor

para os meus dias

passarem (como passam... devagar).

Quando vi com medo a solidão cega

E os ruídos lá fora

Fiz questão de recorrer ao tempo

E me abstinar.

Então os espíritos não existem de fato?

Não!

Apenas quis o rosa para o meu dia melhorar

E se o crepúsculo cai...

Só as lágrimas ficarão

E tudo que é belo soltará as amarras

E talvez respire um pouco essas amarras sem transitar

Talvez o último dos últimos vultos me responda

O que bebi para enxergar no mundo

(tudo)

E pensar que o asco que ilumina meu semelhante

É o mesmo asco que me faz sangrar

e buscar bebidas para me embriagar e...

Se não existe realmente...o amor...os espíritos...

E esse lápis que risca o papel?

Então em que acreditar?

No que passa nos jornais?

Nas noticias abstratas...

Imaginárias?

Acreditar...no que vejo na tv?

é... pelo menos eles não ‘mentem’.

Eu, muito.

Pra mim mesma

Com letras maiúsculas

e sou alguém que

Oculta os próprios sonhos e não acredita

Mais em nada. Nem no feixe de luz,

Nem no nada.

Pra mim não passa de uma luz artificial projetada

pelo homem.

O dia amanheceu.

Talvez (sim) acredite NESSA LUZ.

Mas não acredito mais em você,

No feixe, na vida...

Ah! Se a Flor mais Bela

Estivesse aqui...

Comporia ela...

um soneto dissertando

sobre a solidão do mundo

e nas coisas que inexiste

- talvez então sentiria melhor o peito -

Não sei!

Cri no amor

Tanto... sempre...

Achando que era

Infindo algo que,

Nunca senti e talvez nunca

Tenha existido

No inicio...

Andreia Batista
Enviado por Andreia Batista em 04/10/2006
Reeditado em 09/10/2006
Código do texto: T256335