RUMO À ESSÊNCIA

Eu, depois de tantos anos Te servindo,

Sentí-me um dia fraco e temeroso.

Pelo deserto caminhei fugindo,

Carregando o meu fardo doloroso.

Na angústia e aflição gritei Teu nome.

Tua Presença eu não percebia.

No vento, terremoto ou fogo que consome,

Comigo estavas mas eu não sabia.

O vendaval varreu os meus conceitos.

Com o terremoto caíram o bem e o mal.

Limpou-me o fogo p'ra que Teus preceitos

Fizessem em mim morada, afinal.

Então, tocado por suave brisa,

Eu pude enfim ouvir a mansa Voz.

A Voz branda, que acalma e ameniza

Até a tempestade mais feroz.

Imerso na quietude e confiança

Vi que o EU SOU é Deus! Tomei ciência!

Eu e meu Ser somos UM - volta a esperança!

E eu retorno do deserto à minha Essência.