SENTINELA

Sinto-me como um viajante sem destino

Andando de trem em trem, de vagão em vagão

De estação em estação;

Como algo perdido na vida

Não sei meu local de partida

E nem onde quero chegar

Numa hora me sinto flutuando

Deitada nas nuvens, contemplando

Montanhas e rios e a imensidão dos mares

Noutra hora sou pé no chão, todos estão

Aqui por que escolheram esse vagão,

Esse trem, essa estação

Sinto-me sentinela de mim, com a lanterna

Apontando para o meu peito, me

Obrigando a olhar para dentro.

Não tenho para onde ir, não sei

Onde quero chegar, sei apenas que vou

Seguindo minha viagem, assim mesmo, sem destino,

Uma hora flutuando nas nuvens, dona de minha

Liberdade, noutra hora com os pés fincados na terra,

Dona de minha razão.