Ardor do Saber

"Quando não encontramos repouso

em nós mesmos,

é inútil procurá-lo

em outra parte." (La Rochefoulcault – Século XVII)

Amar o desconhecido;

os lugares onde nunca se foi;

os personagens que são a história -,

alguns líderes; outros, liderados fantoches

do destino.

O último volume que não foi escrito

e nem por isso deixou de ser lido;

a contemplação da Rosa-dos-Ventos

e o perder-se mesmo assim,

no tempo e no espaço -

infinita aurora, tarde percebida.

As línguas das quais não se sabe uma palavra

(e mesmo assim se traduz).

A volição de ler o original;

não mais que se fazer autor

de versos nunca antes visitados.

Um peregrino da poesia,

guia cego de refutados anseios,

mudo orador da palavra perdida,

ouvinte surdo da voz que nunca chama -

nunca!

A limitação de um nome,

o ômega,

o alfa posto após - desordem,

ilustram

o princípio e

o fim

de toda razão.