CÉLULA FOTELÉTRICA

Há fragmentos de mim,

arrancados da minha’aura,

que guardarei na gaveta.

E quando eu me faltar,

num futuro bem distante,

eles me ressuscitarão em preto e branco

espalhados sobre a celulose morta

como se fossem a parte ausente

que guardei atrás da porta

para um dia completar a minha ausência

e confortar quem a suporta.

JOSÉ SOUSA
Enviado por JOSÉ SOUSA em 25/07/2005
Código do texto: T37689