Delírios da Consciência

Adormeço! E enquanto do corpo brota o suor

Imerso na organizada universal imensidão

Vejo, admirado, a iluminar a caótica escuridão

Uma chuva de fractais, obras do Pai Maior.

Adentrando em sua perfeita estrutura

Assisto, estupefato, de prótons e elétrons o degládio

E eu, ali, de camarote, como num estádio

Vejo trabalhar os nêutrons, evitando a atômica ruptura.

Imergindo no caos organizado de Deus Infinito

Captam meus olhos o momento sublime

De inigualável beleza que a tudo suprime:

O instante exato em que à Luz Ele traz um espírito.

Tamanha maravilha não suportam meus sentidos

E lágrimas inundam o espaço sideral

Foi essa a inequívoca e irrefutável prova cabal

De que somos parte d’Ele e d’Ele nascidos.

Numa precisão incalculável ao humano raciocínio

Vi esse espírito evoluir até estagiar na humanidade

E após alegrias e percalços, retornar com felicidade

Aos braços do Criador, processo livre de escrutínio.

De repente, vi-me em outras eras, outras vidas

Acertando, errando, sendo feliz e também sendo triste

Ora algoz, ora vítima; é o caminho que existe

Para, buscando a perfeição, recuperar as chances perdidas.

Fui, então, levado a outras dimensões da Existência

Tanto àquelas onde a Luz governa absoluta,

Àquelas onde com as Trevas há ferrenha disputa

E àquelas onde o sombrio vago da escuridão faz residência.

Descobri que no conglomerado dos Universos Divinos

Somos micronano partículas de natureza quântica

Que desde eras anteriores à civilização Atlântica

Evoluímos e regredimos sem fugir aos nossos destinos.

E o co suor a banhar-me o corpo e a cama

Despertei, confuso sobre toda essa astral trajetória

Mas, ao vasculhar lembranças, nada achei na memória

Exceto a certeza de que Deus é justo e nos ama.

Cícero – 31-01-2016

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 31/01/2016
Reeditado em 07/02/2016
Código do texto: T5529139
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