NASCER E RENASCER

Por quanto tempo inda estarei a tua espera
e a dor atroz que o coração me dilacera
serão estrofes de saudades nestas liras?
Por que me perco pelas dobras do infinito
vagando ao léu por tantas vidas, qual proscrito,
a renascer por entre amores de mentiras?

Às vezes penso que o amor não mais existe,
que é fantasia dum poeta insano e triste
que chora rimas pelas noites consteladas!
È quando a angústia dentro d!alma se me adentra,
estrangulando o coração em dor sangrenta
nesta saudade de almas gëmeas separadas!

Procuro, em vão, pelas estradas nosso amor
que se perdeu nos escaninhos desta dor,
em longa espera neste cèu sem dimensão!
Mas na certeza de seguir no rumo norte,
buscando a vida que se segue após a morte,
eu te acompanho nestes versos de emoção!

Então eu sinto que este amor existe sim,
é doce sina que do berço habita em mim,
é força estranha que carrego de outra esfera!
E fito o céu a reluzir em negro e prata
a me envolver na luz azul que te retrata
emoldurando de ternura esta quimera!


 Fundo: Serenade (Schubert)
Imagem: Google
Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 02/11/2016
Reeditado em 05/07/2020
Código do texto: T5810708
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