Tudo e Nada

tudo nasce tão estranhamente bem

tudo morre tão estranhamente também

e nem tudo tão bem.

nem tudo era para nascer.

nem tudo precisava morrer.

nem tudo que nasce, É.

nem tudo É o que parece Ser.

tudo ou nada,

ou ou

se se

se tudo é nada,

como não ser tudo e nada?

nada sendo, renascendo, morrendo

tudo nasce tão estranhamente

como estes versos,

e acaba tão estranhamente

como o poema que não houve

a poesia que não vejo

ou ou

apenas proteção,

despejo do Ser,

já que do não-Ser

não sei...

(8-3-05)