DESVIVEDOR DE MIM

Eu vivo a costurar minh’alma

É que já morri tantas vezes

A vida me quer professor e aprendiz

Eu continuo a renascer todas as manhãs

E a morrer todas as noites

Em braços que me dão amor...

E descosturo a minh’alma

Para descansar os ossos

A maioria muito quebrados

Osteoporizados desde os tempos que envelheci...

E quando o cão me latiu pela primeira vez

Rasgando minha carne

Seguindo pela vida renasço

Depois de um desviver...

Agora costuro minhas carnes

Com beijos de amor

Costuro amores com dores

Do renascer e do morrer, e sigo

Vestindo vidas, nem todas minhas

Algumas encontrei jogadas

Pelas sarjetas do mundo

Daqueles que sem amor

Pela vida se foram

Sem nunca aprender

A viver e desviver...

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18.04.12

revisado em 11.10.19

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 11/10/2019
Código do texto: T6766952
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