Um dia
todas as armas
matarão tanto
indiscriminadamente

Um dia 
todas as armadilhas
farão sangrar
tantas presas.

Que as florestas
serão desertos.

e os oceanos
serão vermelhos.

Um dia
todas as artimanhas,
todas as aranhas,
todas as esquinas
tramarão e apanham
os incautos,
os distraídos.


Que só restarão
os esquizofrênicos,
os que ficam o tempo todo
preocupados e atentos
e se sentem 
perseguidos

E despistam
E enganam 
até a si mesmos
Na tentativa vã
de escapar do inexorável.

Somos todos mortais.
A morte é nossa única certeza.
A poesia é nossa única saída.

Entre uma rima, 
uma nuvem ou
até um afeto

Há um infinito aberto
repleto de reticências
de esperanças vãs
de filosofias pessimistas
de tropeços, lágrimas 
e sangue.

A tudo isso que chamamos
vida ou apenas
universo.....
que cabe exatamente 
num verso
fortuito e visceral.


 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/11/2019
Código do texto: T6791395
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