Alma de Poeta II

Meus poemas gritam o que calo

Expõem tudo aquilo que não falo

Impedem meus pensamentos de sumirem no ralo.

Eu sou o arco e a seta

O psicógrafo e o profeta

O princípio e a meta.

Eu sou a queda do sol e a ascensão da lua

Cada atalho e viela além da inevitável rua

Sou toda maquiagem e a verdade cuspida e nua.

Sou o oráculo e suas previsões

Sou a letra e todas as canções

Sou a névoa e as dúbias ilusões.

Sou cada ínfimo ponto da grande reta

Cada ignorada e subestimada placa de alerta

Sou o veneno e o pecado posto em oferta.

Sou a resposta que ninguém quer ouvir

Sou o velho baú que se recusa a abrir

Sou tudo aquilo que reluta em desistir.

Sou o gelo que queima e o fogo que ilumina

Sou a dúvida de dobrar ou não cada simples esquina

Sou a droga que abre sua mente e alucina.

Sou o sonho disfarçado de realidade

Sou a cela que valoriza a liberdade

Sou cada mínimo traço da humanidade.

Ello
Enviado por Ello em 10/07/2020
Código do texto: T7001815
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