Ponto de Mutação
Sou água que segue o fluxo do rio
Ante um obstáculo viro nuvem , faço um desvio
Volto em forma de chuva para vencer o desafio.
Sou lago, onde permito que mate sua sede
Aos pucos, enredo-a na minha poderosa rede
Quando menos esperar, coloco-a na parede.
Sou terra, vivo com os pés fincados no chão
Ofereço alicerces e estrutura a sua doce ilusão
Dou-lhe tudo que necessita para sua nutrição.
Sou montanha, mostro-lhe o caminho do cume
Permito-a tocar nas estrelas e banhar-se no seu lume
Tudo isso tem seu preço, por favor, não se acostume.
Sou trovão, rasgo o céu a sua procura
Não tenho medo de nada, nem da noite escura
Tenha certeza, absolutamente nada me segura.
Sou sua virada, seu ponto de mutação
Chegou a hora de abandonar sua indecisão
Grite logo que sim, não há como dizer não.