Infeliz prelúdio, num metafísico passado. 

Hoje eu sinto a dor de não ter me curado de ti,
Hoje eu perco a cor para uma tétrica palidez,
Hoje corro léguas do que outrora não pude fugir,
Então, entristeço, tornam-me os sabores acidez.

Foi um ilusório passado de nada, vestido de tudo,
Do qual ainda fujo desesperado e tardiamente, 
Quando o amor fez-se ódio, de jeito tão absurdo,
Pois foi paixão, ilusão, surgidas insolentemente!

Há coisas inexplicáveis, fugas, perdições, sei lá o quê,
Há coisas que resetam o cérebro e tornam-se “bug”,
Há coisas tão óbvias, que sempre pagamos para ver,
Não importa se nos corta e que depois nos sugue. 

Há coisas cegantes, estimulantes, no peito latentes, 
E um muro que esconde o que está bem adiante...
Felinos, ninhos de abutres, carcarás e serpentes, 
Calor escaldante, frios extremos, dores delirantes…

Foi vento forte, sibilante, em arrasadora tempestade,
Foi coice perfurante, depois de um onírico cavalgar,
Um denso e sombrio sentimento que a alma invade
Um vazio frio, um triste assovio, soando em algum lugar...