O fulgor do Amor

O trovão que ao céu nublado ensurdeceu

não vou tornar a vê-lo como agora.

Aquela luz de fogueira que sempre ardeu

É o beijo de amor osculado pela tua aurora.

Além desse corpóreo bosque se escondeu

A água fiel ao vento, a onda de outrora,

E nesse céu a imensidão da vida se estendeu,

Sombra que aperta a boca que nos devora.

A lâmina deste nosso amor não distingue

Na ceifa os incompletos e os corações maduros,

Embora nunca seja cega, imprudente ou torta.

Ao cair sobre nós, o fulgor dos raios nos redime:

Os amores mais sujos se tornam belos e puros

E uma chave de felicidade nasce daquela triste porta.

[Meu Amor, choveu e está chovendo bastante

Sobre nossos lábios molhados, enroscados e flamejantes!

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 23/03/2021
Reeditado em 23/03/2021
Código do texto: T7214176
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.