Vento, Volúpia e Vida

Instante de inebriada calma

Em que a pureza da alma faz

De um corpo sem movimento

Ao dizer ao outro não dizendo:

Deixa-me em eterna Paz.

Vem o vento que não vem e em movimento

A volúpia volúvel de nossas vidas

Vibra em gozo por breves momentos.

Esta dor de ser alma penetrada e esquecida,

Que duvida e inventa distrações e alegrias,

Esta dor da alma que deseja tanto gritar e não grita.

Tantas frustrações entre a vontade e o movimento

Quando os gemidos de prazer se entreabrem e

Quebram os corpos na fome carnal do sentimento.

Sentimento e gozo angustiosamente rápido e lento,

Beijos sôfregos e mãos que vão tateando o corpo aflito

Na mobilidade dos corpos que se rasgam em gritos.

Vão-se os ventos, os amores e os movimentos

Se desfazem bruscamente em desalentos:

A alma enfim suplica por silêncio e calma,

O corpo ainda quer o leite carnal dos tormentos.

“Deixai-me”, pede a alma ao corpo e à sua amada:

“deixa-me descansar desmedidamente no moimento

Ad aeternum do outro amor da Paz conclamada!”

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 07/04/2021
Reeditado em 07/04/2021
Código do texto: T7226120
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