NO FIM E COMEÇO

No fim e começo

da história humana,

mudada de plano

pro plano mental,

cria no homem

amor sem igual.

Nos dias finais

do ciclo que avança,

só entra na dança

quem não vê a razão

que existe por traz

da ilusão.

A maya, que encobre

com véus coloridos

a mente do homem,

que se acha sofrido,

engana-se quem pensa

que o amor está perdido.

Quem procura Deus

sem saber o lugar

onde Ele está,

pode estar certo,

nunca vai achar,

pois Ele reside no próprio altar.

O altar que encerra

o cosmo perfeito

que muitos não vêem,

pois estão satisfeitos

com a maya do mundo,

e orgulho no peito.

O peito que arde

ante o ódio e o amor,

trava batalha sem ter vencedor.

Das duas correntes

do perfeito equilíbrio,

o amor e desamor.

Quem pode entender

o simbolismo que encerra,

o ser humano está certo, não erra.

Só erra porque,

dentro de si, explode a guerra,

sem vencedor nem vencido.

Explode no peito do homem comum,

aquieta-se no peito do comedido

que encara as coisas

com outro sentido.

Diferente da Maya,

pode estar certo,

está em equilíbrio.

Para o equilíbrio, necessário é

o deixar de ser homem

e ser homem e mulher.

Tudo é esquisito,

só entende quem quer.

O mundo de agora exige ação,

ação sem derrota, mas com o coração,

onde o amor impere

sem humilhação.

Do ser que é igual

e que é seu irmão.

Quem pode entender

o perfeito equilíbrio

que existe na inércia

e no movimento,

de certo encontra

seu próprio momento.

O belo e o feio

são todos iguais,

depende da vista

de quem pode enxergar

o perfeito equilíbrio

que entre os dois há.

Não pode existir

fogo sem água,

o bem sem o mal,

pois para o santo

é tudo igual

pois fazem parte

do mesmo caudal.

Só se efetua mudança

dos passos da dança,

no movimento do lá e do cá.

Quem pode entender

as mudanças do mundo

sabe enxergar.

O homem que enxerga

além do normal,

que enxerga o mundo

sem bem e sem mal,

foge da Maya

que lhe é fatal.

Quem só vê ilusão

e não sabe enxergar

a grande verdade,

que no mundo há,

é cego na vida,

só sabe chorar.

Entre o bem e o mal

existem motivos

que, para cada um,

exercem atrativos

diferentes, porém,

dos próprios motivos.

Ver e calar, falar sem dizer,

eis a verdade.

Verdade porque,

quem mais fala e não cala,

está mais a dever.

O mundo de agora exige ação

de quem participa, com solução,

solução eficaz,

sem malversação.

Falar a verdade é relativo

pois, por traz da palavra,

existe motivo

de uma verdade, sem atrativo.

É exigida do homem a razão,

unida ao peito no coração.

A evolução que se processa

no mundo do meio nunca tem pressa.

Pois tudo a seu tempo

a mudança processa.

Voltando para si, dentro do peito,

procura a verdade na própria cabeça.

Unindo-se os dois,

que o amor prevaleça.

Quem sabe dizer,

falar sem ofender,

cantar sem ferir a própria harmonia,

encontra equilíbrio, a estrela-guia.

No mundo das crenças

e das verdades encobertas

é necessário,

ter a mente aberta.

Para se ouvir, ver e sentir,

chorar e cantar sem desafinar

a sinfonia que sempre existe

entre a noite e o dia,

é necessário saber perdoar.

O cosmo perfeito é a criação,

para seu equilíbrio é preciso ação.

Trabalho, justiça e compreensão,

só pode existir no amor e na razão.

Cada homem que vive

no mundo do meio,

sem muita esperança

e muito receio,

não deve sofrer com anseios.

A inércia constante, exige empurrão,

para o seu movimento e continuação,

da rota seguida sem interrupção,

é necessária o esforço de todo irmão.

Aqui e agora, no momento presente,

em que é necessário trabalho constante,

trabalho constante que seja operante,

não deve o irmão ser intolerante.

Quem sabe entender da vida a razão,

Sem se maldizer com a desilusão,

pode estar certo, pois encontrou

a verdade real, sem mistificação.

VEM- 29/04/1982

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 02/12/2005
Reeditado em 15/08/2008
Código do texto: T79906