Ansiedade
Na janela, me escondi,
entre frestas,
desafiando a sabedoria do entender.
Guiada por emoções,
fiz um esforço além de mim
para contê-las.
Está difícil...
Tropeço em desequilíbrios,
o ódio tenta tomar a mão do amor,
persuadi-lo a segui-lo.
Mas o sentimento, empático e frágil,
velado em valores e crenças,
segue firme—e, ao mesmo tempo,
se desgasta,
tocando a alma.
E a alma, ferida,
chora...
Até os mais cristãos
se dobram à bruta ansiedade.
A mente se revolta,
grita em silêncio,
e, num ímpeto desesperado,
luta para permanecer viva.
Não há tempo para parar.
Viver com sabedoria,
saborear os bons momentos,
deixar a mente respirar—
tudo se dissolve na pressa.
Os problemas se enterram,
a cabeça se nega a pensar.
O grito se insinua
em sinais
que eu não queria experimentar.
Boca dormente,
língua silente,
querendo gritar.
Me falta voz.
E o mesmo grito,
aprisionado por tanto tempo,
se lança ao mundo,
mas tropeça
ao se libertar.
Já não me vejo no espelho
Pois nao me conheço
O brilho, se desfaz
E, no silêncio que resta,
sou apenas o eco
do que um dia fui.