CONJUNÇÃO

Não basta que meu sol arda em áries, isso não mais me acode, esse astro tem que estar a pino, brilhando à luz do meio dia pra que eu não perca o vigor, a coragem direcionada!

Nem minha lua no meio do céu reage à meia-noite, a coitada está cheia, farta! Será que renasce no meu quarto que está minguante e desabitado de raios lunares...

Ultimamente só solto meu leão,porque a luta diária exige que eu solte minha cabelereira na cara de alguns, relembrando-os que minha juba não é tapete. Aviso aos navegantes, não se abanquem como sultões no meu chão, eu piso firme, meus passos são de rainha, não aceito menos que isso. Meu lado régio força a nobreza nos outros e que assim seja!

Às vezes vem meu lado lobo que é implacável em sua mordida, depois uiva pra avermelhada lua, às vezes esse ferino prefere a introspecção e se perde por dias na bruma de uma densa floresta.

Meu carneirinho que há muito anda desaparecido, aflora tão pouco, tem uma pele e pêlo tão macios, mas conserva sua carapaça dura; esse bezerro anda berrando escondido, sua natureza interior é vulnerável, mas essa parte da estória é pra poucas aberturas.

Essa narrativa é pra fora, mas ao mesmo tempo fechada, ela se rompe na fachada dos dias, se é que me faço clara...em tempos escuros!

Helena Istiraneopulos
Enviado por Helena Istiraneopulos em 29/05/2008
Código do texto: T1011020
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