NÃO ENTENDO AS MULHERES (GOSTO CÍTRICO)

São sempre as brumas; este universo me atrapalha

Amolgando minhas costas; hora balde, hora suspiro

Não entendo as mulheres, frias como caldeiras, arredias

Um laço forte e um passo em direção ao nada, corpo debaixo da escada.

Meu ‘eu’ devora, tranquilamente, um átimo doce

Medo de lhe ter e de ousar a dor

Leso por ter de influenciar este amor

Que tinha pétalas, que abluía os fantasmas, como escrito em dia cálido.

Eis, que a síncope do ardor range nas falésias

- todas douradas; nas mesas, velas [todas apagadas]

Continuo distante e mais alma me entra e me alveja

Com o sorriso esdrúxulo pelas lentes de contato – se puder, eu mato.

Mas, qual o quê?

Sou como pedra no mar, inconstante e viril

Que de tanto um inglês observar, rasgou-se ao meio

Infinito seio a me cobrir de alcunhas

Nesta serei teu fã, mulher da vida

Por esta, terei um imã a me cobrir de turras...

Só para não dar a alma a sorver

(E esta flor não seca; e este amor não cessa).

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/05/2008
Código do texto: T1012655
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