INTROSPECÇÃO

Embalo a minha alma nas brisas do horizonte, deixo-me levar pelos sonhos que me desvendam a profundidade do meu ser... Sou sonhadora? Sim... seguramente! E por que não... se sonhar é perscrutar os caminhos do infinito, decifrar os enigmas recônditos da alma... encontrar o tesouro tão almejado da existência?!...

E há espaços eleitos onde me embrenho nesta aventura do sentir... Existem neles mundos ocultos, insondáveis que coloram de anil as cortinas da atmosfera... cosmos inefável onde o corpo se desliga do espiritual, onde as auras divinas afagam o incorpóreo, afastando as sombras, as inquietações. Entrelace sagrado num volutear elevado do sentir... entrega mística do meu ser na Noite em que procuro os braços do silêncio e onde vislumbro nos véus da escuridão as estrelas dos meus sentidos dúbios...

As letras esquivas, bailarinas... desprendem-se dos meus dedos, como que ensaiando melodias de versos, onde as rimas nem sempre são necessárias para coreografar o bailado da alma... Os sentimentos têm notas perfeitas de sons e ritmos que cadenciam os meus passos neste desfile de emoções. Gosto de mim assim... “solitária”... fantasista... lunática... apesar da imensa melancolia que me invade.... é afinal um modo de ser, de estar... uma forma de captar o invisível, de descortinar os segredos do coração...

Sou diferente...dizem. Não importa... gosto das estrelas, dos mistérios do mar, do sorriso da lua... da poesia do vento que nos acaricia o rosto da alma e derrama pedaços de sol nas brumas do sentir.

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