A PODRIDÃO HUMANA

É silêncio profundíssimo no córtex da mente

Ouço a ponta do bisturi covocando os miolos

O sangue escorre com maestria de gênio

Sinto o cheiro e o pecado que aflora

Na bacia que recolhe o pus, ódio.

Mais perto, em vias de desmaio, penso, não caio

Entrelaçando-se com a dor, a ojeriza pelo vómito

Palavras cínicas de embebedar centolas se ajeitam

Nos meandros onde ferve humana podridão - jaz o fleimão.

Por que os sapos coxos e descalços não param de defecar?

Inda refletem a cara esfacelada na adaga - moribunda

Intumescendo em si o gomo fétido do tumor

A metástase fria e sonolenta do "deja vu":

Razão exímia de ser humano e de se orgulhar de ser.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 22/07/2008
Reeditado em 22/07/2008
Código do texto: T1092913
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