A PODRIDÃO HUMANA
É silêncio profundíssimo no córtex da mente
Ouço a ponta do bisturi covocando os miolos
O sangue escorre com maestria de gênio
Sinto o cheiro e o pecado que aflora
Na bacia que recolhe o pus, ódio.
Mais perto, em vias de desmaio, penso, não caio
Entrelaçando-se com a dor, a ojeriza pelo vómito
Palavras cínicas de embebedar centolas se ajeitam
Nos meandros onde ferve humana podridão - jaz o fleimão.
Por que os sapos coxos e descalços não param de defecar?
Inda refletem a cara esfacelada na adaga - moribunda
Intumescendo em si o gomo fétido do tumor
A metástase fria e sonolenta do "deja vu":
Razão exímia de ser humano e de se orgulhar de ser.