Infinito

Essas escadas que me

apontas para subir ... já as conheço

Levam-me sempre ao mesmo lugar

Quando decido calcar os seus degraus

Perco-me em descidas

Mesmo enfeitadas, leves na subida

Sempre apontam para o mal

Velhas escadas tão antigas

Amaciadas em tapetes de veludo

Indicam aposentos superiores

Janelas trancadas - ambientes escurecidos

Sedas rasgadas. Cortinas descoloridas

Cheira a um passado de promessas

Vãos amores. Isso é tudo

Vejo-as oferecidas, tentadoras

Chamando-me com luxúria insistente

Leve perfume de flores vaga pelo ar

Se as tomo, fico mais empobrecida

Se assim não faço, sinto-me inconsistente

Não são escadas. São caminhos para dores

Não posso nem as quero mais galgar

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