VELHO AMIGO

Santa misericórdia!

Há dias que falo pelos flancos

E nada a inferir derradeiro consolo

Desta, tomo água suja e corro sem vereda.

Valia nesta vida à riba do seio noturno

- entornado e vago -

Que se esvai no tempo como assiste a hora

Sabendo de tudo e escondendo o nojo.

Que outrora mais aguçada esta a me prender!

Aprisiona o ventre e desliza na aurora cística

Que os versos desabem e se petrifiquem!

Assim, fá-los-ei eternos como ecdises em monarcas.

Nada, então, pode me satisfazer

Não fosse o vurmo ácido e salgado que corta a glote

Não fosse pela tarde chuvosa e briguenta que insiste

Inté o abluir para o casório com o amigo envelhecido:

Sempre atento, sempre ouvidos.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 03/10/2008
Código do texto: T1209858
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