VELHO AMIGO
Santa misericórdia!
Há dias que falo pelos flancos
E nada a inferir derradeiro consolo
Desta, tomo água suja e corro sem vereda.
Valia nesta vida à riba do seio noturno
- entornado e vago -
Que se esvai no tempo como assiste a hora
Sabendo de tudo e escondendo o nojo.
Que outrora mais aguçada esta a me prender!
Aprisiona o ventre e desliza na aurora cística
Que os versos desabem e se petrifiquem!
Assim, fá-los-ei eternos como ecdises em monarcas.
Nada, então, pode me satisfazer
Não fosse o vurmo ácido e salgado que corta a glote
Não fosse pela tarde chuvosa e briguenta que insiste
Inté o abluir para o casório com o amigo envelhecido:
Sempre atento, sempre ouvidos.