NO FUNDO, SOMOS TODOS IGUAIS

Com a lua à margem do peito

Tudo provoca, outro vento

Navegar assim, reminiscência.

No quartel de loucos

Um dizer é pouco; muito mais solidão

Aflorando, ardendo, pedindo abrigo.

E o tônus brincado de rígido

Fingindo ver a vida passar enlatada

Sem pressa nem em larga escala.

Ao meio dum ovo

Por mole que trema, geme a flor

Desencantada do assomo que somos dos dias

Cantante e frágil perigalho.

Mareia a praia, esgoela a Urca

Em sua esquina; enseada da vida

Só há rumores proferindo lambuzes

Alto e cheio de incertezas.

Uma coisa é chuva:

Com tanto encosto para fúfias cadeiras

Nigérrimos céus nos encapotam de verde

Equilibram o rosto e o olhar de ameixa.

Na alma:

Tem um riso plantado nos dentes

E um beijo para fora da boca

No fundo, somos todos iguais.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 24/10/2008
Código do texto: T1245410
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