NO FUNDO, SOMOS TODOS IGUAIS
Com a lua à margem do peito
Tudo provoca, outro vento
Navegar assim, reminiscência.
No quartel de loucos
Um dizer é pouco; muito mais solidão
Aflorando, ardendo, pedindo abrigo.
E o tônus brincado de rígido
Fingindo ver a vida passar enlatada
Sem pressa nem em larga escala.
Ao meio dum ovo
Por mole que trema, geme a flor
Desencantada do assomo que somos dos dias
Cantante e frágil perigalho.
Mareia a praia, esgoela a Urca
Em sua esquina; enseada da vida
Só há rumores proferindo lambuzes
Alto e cheio de incertezas.
Uma coisa é chuva:
Com tanto encosto para fúfias cadeiras
Nigérrimos céus nos encapotam de verde
Equilibram o rosto e o olhar de ameixa.
Na alma:
Tem um riso plantado nos dentes
E um beijo para fora da boca
No fundo, somos todos iguais.