A TI, RELES EXISTÊNCIA
Dou-te a pluma, interstício visceral
Em troca do nada, cruel e abissal
Mas rogo clemência a me apertar inebriante ausência.
Não fui gerido a parir escolas
Tampouco a flutuar no claro
A não ser pela essência, a não ser pela essência.
Ao invés do convés, o casco
Mais lastro a me abster da dor mais indolor
Impoluto e, de luto, sigo
Em marcha à ré dos meus réus anos sem apreço.
Sou águas, demasiadamente sufocadas
Neste que é o dia da fé
O indecoroso e sem mel, crudelíssimo céu!
Há de me evoluir por celestes e réprobos incestos
Cantos de sereias e o budião à caça da gira
Sem velas, braquiárias encontrar-se-ão.
Haverá espíritos inexistentes por céticas causas
Uma andorinha de saia; toda nua, toda minha
Sorvendo Ediwiges, rangendo em portas sem aldravas.
Ouvirei por vozes alheias, ininterruptos algozes
A onomatopéia do verso e o ente menos querido
Entre a raça humana e o caldo exsudado, há muito.
Muitíssimo mais do que o perquirido
Lentíssimo cais a averiguar tal manifesto
Na lajota, hei-me intenso e convoluto.
Se não me compreendes hoje (no dia mal passado)...
Quem dirá em ternos de linho asseado - cio de minha morte!
[a sentir ânsia na riba do esculacho].
Ah, reles existência!