Buscando forças

Escolhi passar por aqui meu senhor.

Sempre soube tratar-se de um caminho longo, cheio de subidas, muitas descidas também.

Fiz questão, por honra, subir aquele topo, lá em cima pude sentir um êxtase enorme, não faz idéia da alegria de ter ficado ali alguns segundos, até começar a chover e, uma única gota, me derrubar; rolei até aquele buraco, vê?

Não, você não verá, apenas eu quis enxergar, não sei explicar, mas eu não estava lá, pude notar isso, quando após o desmaio da queda, acordei numa casa cheia de gente, lareira, muita bebida e mesa farta, todos me davam as mãos, chorei como nunca, sem saber o porque, confesso até hoje não saber.

Levantei-me fui até a porta ver onde eu estava, me sentia perdido, em frente à casa uma placa escrita “amizades, seja bem vindo”, lembro ainda do número da casa, 23, só eles entendem, já não enxergava isso que estou te mostrando, tudo estava normal, tão normal, que escolhi por pegar o caminho novamente, um pouco mais experiente desta vez, a coragem ainda maior.

Aquela casa era estranha, todos os dias pessoas diziam partir, mas, em pouco, estavam de volta atrás de um abraço ou uma simples conversa, mesmo estando distantes, como se existisse uma ponte aérea de 20 minutos entre todos os aeroportos do mundo.

Sabe, não há em mente algo que descreva a situação de estar aqui conversando contigo, mas ao mesmo tempo estar dentro daquela casa, não precisa, é melhor andar, ou vamos nos atrasar, em breve vamos nos separar, mas tenho tempo pelo menos para desejá-lo um bom ano...

Ei, cadê você?