senzalas silenciosas

Nas senzalas

meus ancestrais

sofreram atrocidades.

Com a Lei Aúrea

ficou preto no branco,

que as atrocidades haveriam

de se acabar,mas na realidade,

se pesarmos bem estamos

de volta a uma senzala

invisível onde os troncos foram

trocados por ações

agressivas,posturas

que me levam a

pensar e sentir

que as correntes,começam

a nos prender,onde

as imposições ocorrem

com frequência.

Somos hoje escravos

do racismo,do salário,da saúde doente.

Somos escravos da inferioridade

a nós imposta pela sociedade.

Os senhores do engenho

não são mais os mesmos

na forma de trabalhar

mas são os mesmos em atitudes.

Nos querem reféns da coasão

de um respeito doentio,de submissão

onde devemos dizer sempre "sim".

Se irritam ao ouvirem o "não"

ou qualquer reação contrária

a deles.

Delas posso ouvir o arrastar

das correntes que nos prendem.

Silenciosas,discretas,invisíveis.

Seouvemos "senhores"falar,vão

pensar que são exageros,mas a

tortura rola à solta,as feridas

estão abertas.E a dor. Ah!Dor

só pode ter idéia quem a sofre.

Os grilhões que nos prendem

também puderam nos libertar.

Se irritam ao ouvirem o "não"

marina silva santos
Enviado por marina silva santos em 15/04/2006
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