ACREDITEI NOS SERES HUMANOS
* * *
Sempre fui inocente e, por isso mesmo, sofri muito mais.
Acreditei que o ser humano era o Rei da Terra
e se guiava apenas por atitudes nobres.
Acreditei que os amigos eram para o que desse e viesse
que tinham sempre um sorriso para oferecer;
que seriam solidários em todas as horas
e que nunca mostravam uma coisa nas palavras e outra nas atitudes.
Acreditei que o Amor era para toda a vida
que vivia de encontros e nunca de desencantos;
que os anos cimentavam os laços e nunca, nunca se rompiam;
que as tempestades se quebravam nos seus alicerces
e que os corações seguiam a par de braço dado.
Acreditei nos governantes do planeta
que colocavam o bem comum à frente dos seus próprios interesses;
que as suas palavras se podiam beber, sempre puras e cristalinas
e que as suas decisões eram guiadas pela força da sobriedade.
Eu sei lá, tudo aquilo em que acreditei!...
Sempre fui muito crédulo e imbecil.
Toda a minha existência me tenho regido por absurdos.
Já ninguém acredita no Pai Natal,
nem que exista um Principe, para vir salvar a Bela Adormecida.
Os heróis dos novos tempos nascem já com um rei na barriga
e a sua nobreza é viciarem-se em outro tipo de Heroína(s).
O Lobo Mau está a (re)escrever as novas Histórias... A (en)cantar!
E eu...
... Eis-me aqui, encolhido no meu ridiculo!...
21.02.2009, ValTer Ego