Dor

Não ouço o soluçar, mas sinto-o. É profundo, arrastado e contínuo. Sinto-o a rasgar as entranhas.

Dói.

Depois da explosão sem som, fica a ladainha. Sinto-a...

Dor tão grande... De onde vem?...

Olho novamente a paisagem à minha volta. Pelos espelhos retrovisores do carro, confirmo-a.

É ela. A minha serra.

Imponente, majestosa, serena e discreta. Imponente e majestosa, porque serena e discreta.

Basta-lhe Ser.

De repente, acho que entendi. Habitualmente, extasia-me na compartilha, da beleza, paz, amor e prazer do mundo.

Acabou de compartilhar comigo o oposto.

Ou eu com ela...

Genoveva

(2006.04.26)

Genoveva
Enviado por Genoveva em 06/05/2006
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