EU SINTO MUITO!

Poeticamente, um alento: lamento!

O fim cacarejando e lambendo os nós

Deixados pelos restos de escada que inda restam em mim.

Não sou mais assim

Desse jeito impoluto; estou de luto

Movo veias do passado a me singrar com desleixo.

Pode ser que eu nem mesmo aguente

Mas, são tão relíquias essas tais autenticidades

Que me roubam da cama a me levar ao banheiro.

Rogo aos mares por uma alíquota de imensidão

A abrandar pranto meu e a me desferir leso amor

Aquele real fulgor que me foi abatido pelos meses reveses.

Santa rosa efêmera quase suspensa da solidão!

Olhai ao léu, próximo ao horizonte: lá estarei eu

De pés no chão, um pé de rotas meias e um o olhar ensangüentado.

De tanto esperar, mover-se-á o moinho

Por tanto chorar, aquela fogueira apagar-se-á

Será que tantas lamúrias figurarão em meu picuá tão descosturado?

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 06/05/2009
Código do texto: T1579292
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