A cegueira da visão

A vida nos mostra. Mostra novamente. E de novo. Esfrega na cara. Grita. E mesmo assim mantenho os olhos fechados, cerrados, quase colados. Algo brilha. Ilude. Volto a abrir os olhos, imaginando uma paisagem de sol reluzente. E o brilho me ofusca. Forço a visão. Está ali, piscando pra mim. Vejo. Entendo. Olho. Penso. Racionalizo e raciocino sobre o que meus olhos ainda doloridos com tanta luz acabam de enchergar. Indignação. Mais, decepção. Nojo. Enjoo. Raiva. Um grito, e dessa vez o meu. Choro? Não. Trsisteza? Talvez. Mas visão sim. Agora sei. Descobri o novo. O mundo. Adimiti usar os óculos da vida e percebi que assim as cenas são mais nítidas, claras e que a luz nesse caso, por mais forte e brilhante que seja, não cega. Alegra. Vive. Atitude? Troco? Vingança? Não. O tempo dele acabou! Agora todo o meu tempo é meu. Me tirei dele pra ser minha. Foi bom. Acabou. Como tudo tem seu fim, aliás como "todo carnaval tem seu fim".

Fernanda Karina Seixas
Enviado por Fernanda Karina Seixas em 18/05/2006
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