Carolina

Ela estava se contorcendo na fila grande do shopping na cidade que tem um belo horizonte.

Não fazia calor, mas homens e mulheres estavam organizados à espera do sorvete.

Muitas pessoas passavam e olhavam a mulher gorda que acariciava a Carolina.

Era muito carinho para com ela.

No ambiente frio daquele corredor, Carolina se escondia entre dois seios fartos.

Um pequenino garoto chegou perto das gorduras que saiam da roupa apertada...

Carolina se mexeu, se remoeu e se escandalizou em latidos que ecoavam naquele shopping.

O escândalo chamou atenção da segurança.

Carolina era branquinha, bonitinha, fofinha tal como a dona.

O menino era franzino, magro, negro, cheio de manchas e estava descalço a pedir trocados.

Ele com coragem pediu para ela.

As duas olharam para ele.

Em meio ao latido enojado da cachorrinha

A cachorra maior esbravejou perto de dois seguranças também avantajados.

Para o garoto disse:

_ “Não tenho!”

Para ela, após o beijinho costumeiro:

_ “Deite-se aqui Carolina!” Ajeitando-a em meio aos fartos seios e de soslaio ainda asseverou:

_ “Minha filha, já lhe disse para falar só com gente”.