Consulta.

Suava.

Olhava as horas.

Coçava os cabelos.

Balbuciava algumas palavras em silêncio.

Olhava o relógio da parede.

Levantava.

Andava ao corredor.

Sentava.

Olhava a recepcionista.

E os certificados do doutor.

De repente abre-se a porta: um paciente.

Mais meia hora.

Alguém sai da sala.

Entra o próximo doente.

Seis horas.

Sai o doutor.

Próximo.

Lá vai ela senhor.

-Boa Noite.

-Noite boa.

-Qual o motivo da sua consulta?

-Dores.

-Dor aonde?

-Bem aqui.

E aponta para o coração.

Examina.

Nada encontra.

-Aparentemente não tens nada. Mais alguma reclamação?

-Não, apenas dores.

-Passarei os exames.

Pigarros.

-É que..

-Sim?

Sorri.

Seus olhos tilintam de felicidade.

Ele sorriu pra mim.

-É que são dores de amor doutor.

Aline S Silva
Enviado por Aline S Silva em 27/05/2006
Código do texto: T164162
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