Consulta.
Suava.
Olhava as horas.
Coçava os cabelos.
Balbuciava algumas palavras em silêncio.
Olhava o relógio da parede.
Levantava.
Andava ao corredor.
Sentava.
Olhava a recepcionista.
E os certificados do doutor.
De repente abre-se a porta: um paciente.
Mais meia hora.
Alguém sai da sala.
Entra o próximo doente.
Seis horas.
Sai o doutor.
Próximo.
Lá vai ela senhor.
-Boa Noite.
-Noite boa.
-Qual o motivo da sua consulta?
-Dores.
-Dor aonde?
-Bem aqui.
E aponta para o coração.
Examina.
Nada encontra.
-Aparentemente não tens nada. Mais alguma reclamação?
-Não, apenas dores.
-Passarei os exames.
Pigarros.
-É que..
-Sim?
Sorri.
Seus olhos tilintam de felicidade.
Ele sorriu pra mim.
-É que são dores de amor doutor.