OVELHA NEGRA

Ser ovelha negra é

Detestar facilmente

Adorar o impossível

Perdoar lentamente

Acordar ao meio-dia

Devorar um sanduíche

Olhar o céu na tarde fria

E chorar com filme triste

É odiar lavar a louça

Detestar fazer comida

Achar que a vida é uma bolsa

Cheia de coisas vencidas

É ficar imaginando coisas feias

Enquanto faz coisas bonitas

Não saber costurar meias

E amar batatas fritas

É amanhecer chorando

Sentindo que a vida é um tédio

Anoitecer dançando

Quase a derrubar o prédio

É ficar com a cara murcha

Quando fica apaixonada

E escutar aquela música

Melosa e açucarada

É policiar parentes

Com aquele ar de songamonga

Imaginando coisas dementes

Guardando as cartas na manga

Ser ovelha negra é adorar

Odiar, amar, detestar..

Procurar caminhos longos

Só pra se distanciar

Toda ovelha negra é descente

Cheio de idéias e poesias

É uma ovelha diferente

Porque tudo na vida fantasia

A ovelha negra busca justiça

Caminhos de esperança e de paz

E odeia essa cobiça

Que de maldade o mundo faz

Ovelha negra não é defeito

Também não é religião

É algo que não tem jeito

Vem dentro do coração

Uma mente sem regra

Liberdade na razão

Assim é a ovelha negra

Vivendo na contra-mão

Uma ovelha negra zangada

Precisa de solidão

Tentar consolar não adianta nada

Tem que esperar o perdão

NeveBranca
Enviado por NeveBranca em 05/06/2006
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