SOMBRAS

Enquanto me deparo com minha sombra, reparo ao entorno e ninguém a me seguir. Talvez minha solidão passageira me interrogue vez ou outra essa companheira que me cerca sob a luz. Pois vejo a senhora sentada, olhando as estrelas, meio cismada, um olhar que não mente jamais. Sinto ferver meu espírito, não há sombra, não há luz, somente a bela sentada, os olhos faíscam o céu. Do meu lado recorro a poesia, essa tal maestria, entre versos e rimas de amor. Como saber esse encanto, meu coração um espanto, essa mulher me traduz. Olho novamente essa vida, nenhuma sombra perdida, estou só entre a mulher e a luz, então me faço soldado, vou bem armado, cercado de amor, minha arma, esse verso cantado, coitado, será que um dia, a ti, seduz? Eu tenho um poema empoeirado, mas muito bem guardado, entre beijos e lágrimas, entrego selado, muitos sonhos a seguir seu traçado. Minha senhora mulher, menina que encanta e faz meu sorriso, escrevo pensando em você, uma vida sem sombras, meu amor a saber.