A CARA DO SILÊNCIO E SUAS MAZELAS
Abateu-me a inquietude cíclica do silêncio
Com suas asas eloqüentes, coisa e tal...
Da paina fez da noite travesseiro
E se revelou a nau
- prásina e nigérrima –
Tal o ar com suas gaivotas.
Veio-me com alva barba, prognata
Dilacerando em mim, inversas certezas
- olhos repletos de sangue -
Sem as quais não se vive.
Tivéssemos céu claro e mar sereno pelos dias
Não erigiríamos tão rotundos dos lençóis
Nem lapidaríamos com maestria, as indocilidades do tempo
[nem as imbecilidades dos outros].
A esta sucinta e leda reflexão, vai um vão raso
De cicuta e de água de bateria
Como nas noites de domingo
Em que se prezam açoites a nos livrar do silêncio.