PAIXÃO


A lua riu de mim, percebendo a aflição de meu coração dividido entre o amor, amizade e o amor, paixão.

Como é louco o coração que chama forte, é a paixão que produz inúmeras reações difíceis de esconder, mostrando a nós e ao mundo toda a nossa fragilidade diante do poder dos sentimentos que fogem ao controle, como cavalos selvagens, donos de seu destino.

E nosso destino qual é? Sofrer calado a amargura de um amor não permitido, que nem se sabe se é correspondido? Lutando, ainda, contra as questões morais e éticas que nos cortam com sua lâmina afiada, tentando nos remeter de volta à estrada que traçamos num dia distante, que nem lembramos.

Como é amargo o sabor daquilo que se quer sem poder ter. E como saber se o proibido, simplesmente por ser, não torna seu sabor mais atraente, não passando tudo de mera ilusão, uma peça do destino para testar nossos estímulos ao que é certo e errado , em um jogo de azar onde as respostas, somente, teremos após a tomada de nossa decisão?

O que é que vejo? Se nada vejo que faz sentido, e se, somente, os meus sentidos me falam de algo que não sei o que é e a minha razão, quase submersa nesta paixão, naufragando, tenta sinalizar o perigo deste mar que estou prestes a me atirar.

Quantas vidas! Quantas paixões! Não sei mais se suportarei tantas emoções.

Somente peço a meu Pai, meu Criador, que, quando tudo isto serenar, ponha em Seu colo o que sobrar de mim, pois viverei até o fim, com a certeza, de quando lá chegar, o Senhor estará para me aconchegar.