OLHOS PRÁ TI

Meu coração bate por ti,

Mesmo sem ter porquê bater,

Ainda assim, bate e rebate,

Só por saber que existes.

És a razão mais suficiente

Pra que ele bata sem motivo.

E ele ainda bate, e põe bater,

Porque motivo qual você,

Não há, jamais há de haver.

Então meu coração bate só por ti,

Embora que te importes não,

Mesmo que prefiras que te esqueça.

Ainda assim ele bate só por ti,

Não se importando se te importas.

meus olhos abrem pra te ver,

Pela manhã e ao entardecer,

Sabendo mesmo que não estás,

pois te escondes no horizonte inevoado.

Ainda assim, eles abrem prá te ver,

Nem que seja prá te imaginar;

Ver-te na miragem ao fim do mundo,

Nos milhões de passos que nos separam,

– Nos impedem –, onde o arco-íris bebe água,

Onde meu braço não te alcança,

Não ouves o bater do meu peito,

Que pulsa a fim de te encntrar.

Ainda assim, meus olhos tristes

Inssistem sempre em se abrir

Toda manhã de dias tristes,

Buscando o amor que não existe,

Eis a rotina de te amar.

Meus braços se abrem prá te abraçar,

Querendo isto ao fim do dia,

Té sem teu corpo ter na chegada,

Embora não me abraces de madrugada,

Mas eles se abrem para te abraçar,

Sendo incansáveis cada dia.

Abrem-se assim pela manhã

E quando chega o entardecer,

Quando meu corpo já cansado

anseia muito aqui te ter,

Esse aconchego desfrutar.

Aí então que teu afago

A minh’alma dá sossego.

Meus braços se abrem para te abraçar,

querendo apenas ser feliz.

Abrem-se só prá te encontrar

Neste meu mundo sombreado,

Onde sonhei e quero tanto,

Há muito tempo um bem amado.

Meus sonhos vêm na madrugada

A te trazer para o meu lado.

Odor de mel tem teu sorriso,

Quando se abre escancarado.

Meus sonhos vêm trazendo a mim

a doce amada que eu pedi,

Pondo na cama, em meu braços,

O meu amor e seu mormaço,

Que nesses sonhos só de amor

tem doce aroma qual de flor,

Que vem de longe me envolver,

E ao meu peito faz bater;

Vem do horizonte qual nascente,

Meus olhos podem mesmo ver;

Traz tão prá perto, aos meus braços,

Então consigo te abraçar,

Fazendo sonhos tão concretos,

Prá meu mundo eu aquecer

E desfrutar tão doce amor

Que me terias, minha flor.

Porém, não vens, esta é a verdade,

Nem na manhã, tampouco à tarde.

Só mesmo em sonhos, que alegria!

A minha angústia se alivia.

Wilson Amaral

Wilson do Amaral Escritor
Enviado por Wilson do Amaral Escritor em 22/06/2006
Reeditado em 30/11/2006
Código do texto: T180565