tantos anos e...
tantos anos e depois,na mágoa do tempo, florescem penas farpeadas pelo amor e pelo desdém.
dos caminhos fantasiosos fica a poeira da memória que branqueia o tempo, escurecendo lembranças.
como efeméride perpetuada na pedra corroída,a vida passa e acontece sobrevivendo à apatia, ao desfile militarizado de multidões uniformizadas.
dos meninos presentes, fermentados pela inovação, não restam mais do que homens cozidos numa pressão qualquer que os rotula com termo de validade.
à volta, no ensurdecedor metralhado, balas de ritmo ferem a rotina enquanto o susto esvoaça até ao beiral do silêncio.
a cidade, o mundo transforma-se e agiganta-se em cada patamar de acesso ao piso das alturas, como se crescer não tivesse limite.
lá longe, onde os media alcançam, os factos são como atleta vencendo a distancia duma resistência qualquer.
quando a noite derrota o dia e este é vencido pelo calendário, não há tempo que se guarde, nem história que se deturpe, na conveniência redactora.
é como percurso perseguido, como reler factos que se guardam em páginas abandonadas, esquecidas numa encadernação qualquer.
os limites estão subordinados e a liberdade vigiada no "chip" que guarda e uniformiza a sociedade identificada.
tantos anos e depois, somos uma máquina qualquer, que o homem idealiza e o progresso escraviza!