Canção do Louvor

Caminhos, caminhos e mais caminhos...Sentiu-se só naquele

imenso deserto sem fim. Tudo era negro, já que o branco desapa-

cerera nos esquisitos espinhos da dor maior...

Em silêncio, sem nada sussurrar, apenas dirigia cuidadosamen-

te suas belas mãos, ao enxugar as doces lágrimas de sua face, con-

traídas pelo medo da solidão. O infortúnio momento ía, aos poucos,

destruindo sua mais perfeita virtude: a calma. Não lembrou-se da

sorte, nem do mundo, só de si. Estava mergulhando lentamente nas

profundezas de um bravio oceano, onde as sereias pareciam suas

eternas e únicas companheiras da noite soturna.

Estava só... Nem mesmo as sereias apareceram para o "boa

noite", nem os peixes provaram sua deliciosa carne. Tudo mistura-

va-se em sua mente : deserto, oceano, solidão... Subitamente, to-

mou consciência de um fato: a morte. Estava tão perto dela que

jamais ousou pedir perdão por seus pecados. Nem precisava...

O rude castigo daquele instante bastava para pagar os mais

graves erros que havia cometido na vida ociosa, inerte que tinha

levado. O jeito foi entregar nas mãos divinas todos os seus tormen-

tos, porque somente Ele possuía poder de livrar-lhe os sofrimentos.

E não deu outra coisa: repentinamente despertou, louvando

a Deus pelo amanhecer de um novo dia!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 14/10/2009
Código do texto: T1866674
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