Meditação.

Olho a estante repleta de livros, filhos gerados com dor, suor, sorrisos e lágrimas, no entando a enxergo vazia. Ou será o meu olhar que está? Está de que jeito? Vazio ou repleto de coisificações existenciais enexistentes? Quando penso que é a complementação do completo ato de já refeito eito, a dúvida quer construir mais um quarto. Mais uma peça ampla que dê para um jardim insólido ou montanhas verdejantes. Ah! psique! Linda, glamurosa, brilha em alamedas sem fim, mas o que será de mim que envelheço como qualquer mortal? Que queres de mim, frágil figura humana?! Não me engana teus subterfúgios súbitos, querendo que eu te entregue mais e mais... Hoje, bastava-me um braço amigo, um copo de água, uma cama macia, lençóis brancos e nada mais.

Olho com furor, outra vez para minha estante. Deus! Que tormento! Ela está realmente repleta! De livros, de pó, de vontades e solidão.

Sarah Embaixadora Nena Sarti
Enviado por Sarah Embaixadora Nena Sarti em 03/07/2006
Reeditado em 05/07/2006
Código do texto: T186846