NADA MAIS

Ardido...

Custo a fugir do silêncio

Tão presente na intensa ausência

Já não há mais cabo a enxada

Resta folha seca... e limo.

Saca do alforje o fórceps cego e açoita

Espreme o escarlate rubro da pútrida carne

Faça ranger a bocarra estanque e parva

Já não há muito a ladear com o sepulcro

À tona e à lona!

Chove muito

Arde tanto que não há mais busca

Nem folha, nem seca, nem chuva

Fito o calendário e a conta. Conto:

Resta nada!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 16/10/2009
Código do texto: T1869948
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