VINDE A MIM
Vinde a mim, vinde a mim
Pesadelo, arroxeado velame
Por que se embrenha às claras?
Vinde com sabor de doce de jaca [com sorgo e prata]
Que eu o espero madurar... a saborear.
Vinde-me por meio esdrúxulo [pelas cinzas pífias]
Rastejante e sorridente léu
Vinde a mim com o oitavo céu na lapela
Olvida-te a aquarela... e não haverá outra!
Portanto, vinde.
Vinde à vida vil e visceral
Vinde a rosa, vinde a nau, o sopro e a tal
Brinde o sal da brasa, o cio da brisa [donde vem o frio]
Estarei em intensa quilofagia
A lamentar horas remontadas no tempo.
Entendeis que, se viestes, não os reconhecereis mais
Já se arrastou tanto feno, que pascigo não há
Vinde límpido, vinde cego
Que o mosto haverei de curetar
Quando abandonar celulose amiga e beijar o envelhecido – em pranto.
Por que demorastes tanto?