VINDE A MIM

Vinde a mim, vinde a mim

Pesadelo, arroxeado velame

Por que se embrenha às claras?

Vinde com sabor de doce de jaca [com sorgo e prata]

Que eu o espero madurar... a saborear.

Vinde-me por meio esdrúxulo [pelas cinzas pífias]

Rastejante e sorridente léu

Vinde a mim com o oitavo céu na lapela

Olvida-te a aquarela... e não haverá outra!

Portanto, vinde.

Vinde à vida vil e visceral

Vinde a rosa, vinde a nau, o sopro e a tal

Brinde o sal da brasa, o cio da brisa [donde vem o frio]

Estarei em intensa quilofagia

A lamentar horas remontadas no tempo.

Entendeis que, se viestes, não os reconhecereis mais

Já se arrastou tanto feno, que pascigo não há

Vinde límpido, vinde cego

Que o mosto haverei de curetar

Quando abandonar celulose amiga e beijar o envelhecido – em pranto.

Por que demorastes tanto?

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 19/11/2009
Reeditado em 19/11/2009
Código do texto: T1932617
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